sábado, 17 de dezembro de 2011

Uma viagem pela produção de vinho

Recentemente estive em Mendoza para participar de um evento da empresa onde trabalho. Foi algo como um balanço de fim de ano, onde apresentamos tudo que fizemos no ano que passou e nossas metas para o próximo período.

A rotina durante o dia foi meio monótona, mas como o evento aconteceu numa vinícula (aqui chamada de bodega), no final da tarde tivemos a oportunidade de fazer um tour pelas instalações acompanhados de um guia que foi explicando todo o processo de produção do vinho, desde a escolha das uvas (ou cepas) até os cuidados com a distribuição final, visando claro garantir a qualidade do produto.

A vinícola Salentein produz vinhos de alta gama e cortes tradicionais para atender desde os paladares mais requintados até o consumidor comum. Fica aos pés da Cordilheira dos Andes e possui mais de 23Km2 de terras planas totalmente utilizadas para videiras.


Vista da bodega Salentein com a Cordilheira ao fundo


Videiras da área central da bodega


Pátio de entrada






Durante a visita aprendemos que junto com as linhas de videiras são plantadas rosas escarlate porque esta última é muito mais sensível à perda de nutrientes do solo, assim servem para antecipar qualquer problema e evitar que as uvas sejam impactadas.






A produção de vinho é totalmente automatizada e a estrutura da vinícola é construída de forma que se possa transportar o precioso líquido entre as diferentes fases do processo simplesmente utilizando a gravidade. Assim evita-se que o vinho sofra interferências não desejadas de contaminantes externos e até mesmo de vibrações e ruído. A vinícola tem 5 andares abaixo do solo.








O estágio final de armazenamento acontece em barricas de carvalho que ficam armazenados num grande salão onde há um piano. Neste local, a empresa promove noites musicais para convidados especiais onde são apresentadas peças de Mozart, Chopin, Betoven e, acreditem, Vila Lobos e Antonio Carlos Jobim! Segundo a guia que nos acompanhava, as músicas são minuciosamente escolhidas para não perturbar a harmonia dos vinhos nos barris.









Depois de conhecer as instalações, fomos convidados a uma degustação onde foram descritas técnicas simples de identificação dos vinhos pela cor, translucidez, aroma, oleosidade e reação degustativa. Esse último processo é feito quando você coloca uma certa quantidade de vinho na boca mas não o bebe. Faz um bocejo e aguarda um pouco até que as papilas gustativas possam reagir aos elementos do vinho e só então você bebe o vinho. Segundo os guias, você consegue perceber os sabores reais e até mesmo identificar percepções como café, chocolate, frutas cítricas, amendoa, etc. Essa parte me lembrou um pouco o filme Ratatoulle onde o ratinho fica descrevendo sabores e sensações, mas confesso que não consegui chegar tão longe nessa análise. Vou ter que evoluir muito...rsrsrsrs.



Garrafas em período de descanso aguardando a distribuição final



De qualquer forma, valeu muito a pena conhecer um pouco mais desse universo que é a produção de vinhos na Argentina. Só a província de Mendoza responde por 75% de toda a produção de vinhos da Argentina e os caras são extremamente especializados e levam o assunto muito a sério.

Estou programando agora uma visita de fim de semana a uma vinícula durante o verão - fevereiro ou março. Prometo contar todos os detalhes para que vocês tenham material para também agendar uma visita num período de férias.




Depois desse evento tive que viajar ao Brasil e na volta a TAM perdeu a minha mala. Ainda não consigo compreender como mesmo utilizando tantos recursos tecnológicos, eles não conseguem localizar uma simples mala. Tive que esperar 5 dias para que eles me devolvessem e descobri que a mala tinha ido passear em Paris. Faz todo sentido né: Paris fica mesmo entre São Paulo e Buenos Aires!!  Mas isso é assunto para outro post.


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