A grande fase das flores da primavera já passou mas o Rosedal continua muito bonito. O tom de verde vivo dominante é reconfortante e a brisa que sopra constantemente torna o ambiente extremamente agradável. Na realidade, parece que todos os dias são dias de férias.
Parque Rosedal
E nestas horas a gente vê o quanto eles valorizam o sol. Nos finais de semana existe sempre uma multidão nas praças e parques aproveitando o máximo do calor e da luz solar. São casais, familias, grupos de jovens sentados na grama, fazendo pic-nic ou simplesmente tomando sol de biquini em cadeiras de praia.
Cena comum na hora do almoço
Os dias também estão muito maiores. Às 6 da manhã já temos luz e esta permanece até às 19:30h. E olha que aqui não foi adotado o horário de verão este ano.
Puerto Madero
Com mais calor e mais luz, as pessoas também ficam mais leves. O tradicional mau humor dos argentinos praticamente desapareceu. Nesses dias todos ficam mais alegres, mais sorridentes, mais bem dispostos. É muito interessante acompanhar como o clima influencia na vida das pessoas.
Passamos pelas eleições presidenciais e, como esperado, Cristina Kirshner foi reeleita para mais 4 anos de mandato. A classe média perdeu mais uma vez porque o governo aqui é extremamente assistencialista, tem mais "bolsas" de ajuda que no Brasil e cobra mais impostos de quem trabalha e recebe salário. O desnível social é muito grande, com pobres muito pobres e ricos muito ricos. A grande diferença com o Brasil é que os pobre tem ajuda para tudo, até para continuar sem ter que trabalhar.
E foi por isso que Cristina ganhou a eleição com 54% dos votas contra 16% do segundo colocado. Um outro fato que ajudou muito é que a oposição aqui passa a clara impressão de didatura. Não há um meio termo.
Como o governo manipula os números oficiais e a inflação não pára de crescer, boa parte da população compra dolares para guardar ou manda dinheiro para fora do país. Na busca por uma solução o governo adotou 2 medidas completamente equivocadas e pelas quais nós brasileiros já passamos com amargor: 1) Reserve de mercado e proibição de importação, visando incentivar a indústria local; 2) Bloqueio de compra de dolares e controle rígido da movimentação do dinheiro do contribuinte. Isso é crítico num país com pouca confiabilidade economica e onde as pessoas fazem poupança em dólar.
No primeiro caso, o bloqueio por si não gera nenhum efeito positivo e ainda deixa o país fora da cadeia de desenvolvimento científico e tecnológico. Já faltam itens como telefone celular, notebooks, TV e peças de reposição de máquinas industriais. No caso do bloqueio de dinheiro, os próprios argentinos já estão chamando de segundo "corralito". Agora é esperar para ver onde vai dar isso.
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