sábado, 23 de julho de 2011

Agora com DNI

Esta semana recebi meu DNI ou Documento Nacional de Identidade, que é como o RG+CPF aqui da Argentina.

Agora já posso comprar telefone celular, carro, fazer financiamento, etc. Acho que agora eu começo a ter os mesmos direitos e deveres de um cidadão argentino.



Bem, uma vez que eu já entrei no país com a documentação do visto fornecida pela Embaixada da Argentina no Brasil, já tinha carimbado no meu passaporte o status de cidadão temporário, faltava regularizar a documentação para uso dentro do país.

Mas para conseguir o documento foi preciso uma verdadeira romaria em comissarias de policia (delegacias) e quase uma manhã no departamento de registro de estrangeiros. Mas deixa eu explicar melhor: quando se é expatriado, ou seja, está na Argentina para trabalhar por um período pré determinado e inferior a 3 anos, você precisa ter o documento de cidadão temporário, que é o mesmo DNI de um nativo só que com uma observação adicional.

A romaria aconteceu porque recebi somente a informação de que, além dos documentos já fornecidos pela Embaixada, eu deveria também providenciar um certificado de domicílio que só é emitido nas comissarias (ou delegacias) da polícia federal e que deve ser emitido com no máximo 3 dias de antecedência da data marcada para apresentação no departamento de registro de estrangeiros. Essa exigência de prazo de validade me soou estranha, mas já aprendi a não discutir a estrutura organizacional daqui.

Para mim era uma coisa simples. Para tentar melhorar a questão de logística, localizei na internet a comissaria mais próxima do meu local de trabalho e sai mais cedo do escritório para atender ao horário de atendimento informado que era até às 16:00h. Chegando lá fui informado que, como moro em Palermo deveria procurar a comissaria de Palermo.

Claro que saí correndo como um maluco pois eu estava em Puerto Madero e tinha 30 min para chegar em Palermo. Por sorte eu tinha conseguido o endereço da tal comissaria. Taxi ou metro, decisão difícil. Opei pelo taxi pela flexibilidade...e me dei mal.

Dei o azar de pegar um motorista que fazia questão de dar passagem a todos os outros carros, esperar por todos os pedestres que atravessavam mesmo com o sinal fechado, demorar a arrancar em todos os semáforos. Resumindo: um ser de outro planeta na Argentina. Nunca tinha visto e nunca mais vi um motorista como aquele. Chego a pensar que foi uma ilusão da Matrix.....

Como o cara não andava, depois de gastar 20min do meu tempo e não sair do micro centro, paguei os $20 da corrida, desci do taxi, peguei o metro e rezei para não haver nenhuma passeata que interrompesse o serviço dos trens. As 15:55h estava na porta da comissaria indicada em Palermo, suado, bufando, mas no horário.

Após as informações iniciais sobre o que eu queria, quase caí sentado quando o atendente me disse que não havia horário de final de expediente. As comissarias funcionam 24x7. Fiquei pensando no camarada da outra delegacia que não me disse esse dado essencial...filho de....

Bem, pelo menos era uma notícia boa, mas tinha também a ruim. Por Palermo ser um bairro muito grande, haviam várias comissarias que atendiam por regiões e, claro, aquela não era a da minha região. Depois de 20 min de conversa entre os policiais, deu para eu recuperar o fôlego e conseguir o endereço de onde eu realmente deveria ir. Sabe onde? A três quadras da minha casa!!

Bem, raiva aliviada, consegui o certificado de domicílio depois de pagar $10. Um formuláriozinho de meia folha, preenchido à mão, sem selos ou timbres especiais. Quase um papel de pão.

Com isso, o passaporte e os documentos da Embaixada, fui ao departamento de registro de estrangeiros e fiquei lá quase a manhã toda atendendo á burocracia local. Mas isso é história para outro post.

O que importa é que no final deu tudo certo e 10 dias depois do registro eu estava recebendo o documento em casa.

Agora terei que fazer o mesmo processo para os vistos de minha familia.


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